A bronquiolite é uma doença aguda que causa inflamações nas vias respiratórias, mais especificamente na região dos bronquíolos, comumente causada por vírus. Os principais sintomas apresentados pelo paciente são os sinais comuns de um resfriado e a dificuldade respiratória. Essa doença é mais comum em bebês e crianças, mas também pode afetar pessoas de qualquer faixa etária. Apesar de a maioria dos casos serem de leves a moderados, esporadicamente essa doença pode trazer desconfortos significativos para o paciente e, algumas vezes, pode até levar a complicações mais graves. 56w5d
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A bronquiolite é uma infecção viral que acomete os bronquíolos, que são ramificações dos brônquios responsáveis por distribuir o ar para dentro dos pulmões. Na maioria dos episódios de bronquiolite, a contaminação se dá por meio do vírus sincicial respiratório, porém outros vírus também podem causar este quadro.
Os vírus se replicam nas células epiteliais dos bronquíolos, causando obstruções das vias aéreas e algumas alterações nas trocas gasosas. A doença, normalmente, se inicia como um resfriado até evoluir para um quadro de tosse mais intensa e dificuldade respiratória. Não há tratamentos específicos para a bronquiolite, mas é uma infecção que, na maioria dos casos, apresenta uma evolução benigna sem necessidade de intervenções intensas.
A bronquiolite é causada, majoritariamente, por espécies de vírus respiratórios. O mais comum é o vírus sincicial respiratório (VSR), entretanto essa doença também pode ser ocasionada pelos vírus influenza, parainfluenza, rinovírus, adenovírus e outros. O contágio se dá a partir do contato direto com pessoas ou superfícies contaminadas pelo parasita.
O paciente com bronquiolite, ao tossir ou espirrar, libera gotículas respiratórias que estão repletas de vírus, contaminando assim o ar e as superfícies próximas. E para bebês e crianças pequenas, a contaminação é ainda mais facilitada, tendo em vista que nessa faixa etária ainda não há um funcionamento ideal do sistema imunológico e as vias respiratórias ainda são reduzidas e mais suscetíveis a infecções.
Geralmente, os sintomas da bronquiolite são muito semelhantes aos de um resfriado, com congestão nasal, coriza e tosse. Após alguns dias, o paciente pode apresentar alguns sinais respiratórios alterados, como cansaço e falta de ar.
Inicia com quadros de corrimento nasal excessivo, tosse, falta de apetite e febre, que varia de acordo com o tipo do vírus infectante. Também é comum que o paciente apresente uma frequência respiratória acelerada, hipóxia leve (falta de oxigenação nos tecidos do corpo) e desconforto ao respirar.
Alguns dos sinais clínicos da bronquiolite podem ser os chiados ou roncos ao respirar, expansão torácica diminuída e expiração mais prolongada, que podem indicar a progressão da doença. Em mulheres lactantes, pode haver uma leve elevação no número de leucócitos e, em alguns casos menos comuns, há sinais de conjuntivite, otite e rinite associados à bronquiolite.
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O diagnóstico da bronquiolite é realizado com base na combinação de três importantes fatores, a avaliação clínica, o exame físico e os testes de detecção viral. Na avaliação clínica, o médico especialista realiza observações detalhadas, analisando todos os sinais e sintomas apresentados pelo paciente e ainda leva em consideração o histórico médico recente do paciente, como doenças respiratórias anteriores, exposição à fumaça de cigarro ou antecedentes familiares com problemas respiratórios.
Já no exame físico, o profissional observa se o paciente apresenta dificuldades respiratórias, como aceleração respiratória e uso de músculos órios no movimento de inspiração, analisa se há chiado ou ronco ao respirar, faz a oximetria de pulso, para verificar a quantidade de oxigênio no sangue, e também pode realizar exames de imagem, como raio-x do tórax. E, por fim, nos testes de detecção viral, é utilizado o swab para averiguar o muco nasal e coletar amostras do tecido nasofaríngeo, com intuito de fazer testes laboratoriais e identificar o vírus causador da infecção.
Não há tratamento específico para bronquiolite, pois, como em muitas doenças virais, o normal é que o paciente se cure sozinho. Entretanto, existem algumas formas eficazes de aliviar os sintomas dessa doença, como manter o paciente hidratado, que é uma das melhores maneiras de auxiliar o sistema imunológico em infecções desse tipo. Alguns medicamentos que funcionam como broncodilatadores, por agirem abrindo as vias aéreas, acabam auxiliando também nos sinais de chiado no peito e dificuldade ao respirar.
Em casos mais graves, em que há uma intensa dificuldade respiratória, é necessário fornecer oxigênio extra para ajudar o paciente a respirar melhor. Especialmente em casos de bebês recém-nascidos e crianças acometidas pela doença, é de extrema importância a atenção aos sintomas, pois qualquer sinal de piora, como dificuldade intensa ao respirar, pele azulada ou muito cansaço, pode indicar a necessidade de procurar ajuda médica urgente.
A faixa etária com maiores riscos em apresentar quadros de bronquiolite são crianças menores de 1 ano e bebês prematuros, portadores de doenças cardíacas e pulmonares e os imunodeficientes. Além disso, os bebês que nascem com baixo peso apresentam um risco ainda maior de desenvolver essa infecção e muitas vezes necessitam de internação em unidades de terapia intensiva (UTI).
A bronquiolite é transmitida para os bebês a partir de gotículas respiratórias carregadas dos patógenos da doença, que contamina facilmente o indivíduo dessa faixa etária, por ainda possuírem o sistema imunológico enfraquecido, as vias respiratórias menores e os bronquíolos mais delicados e propensos a infecções. A doença se manifesta a partir de sinais e sintomas semelhantes aos de um resfriado, recusa em ser amamentado, irritabilidade de intensidade variável e, após cerca de dois dias dos primeiros sintomas, também pode haver tosse mais intensa, dificuldade e aceleramento na respiração e chiado no peito.
Em alguns casos mais graves, o bebê pode apresentar quadros de sonolência, maiores desconfortos, pausas respiratórias e cianose (lábios e extremidades arroxeadas ou azuladas). Não há tratamento específico para a bronquiolite em bebês, mas é importante manter a hidratação e nutrição necessárias do paciente. Além disso, se necessário, fazer uso de medicamentos que amenizem os sintomas e manter a observação constante do quadro respiratório do indivíduo. Nos casos mais graves, pode haver necessidade de internação para suplementar a oxigenação.
A bronquiolite não é muito comum em adultos, mas, esporadicamente, pode acometer pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e com doenças cardíacas ou pulmonares. O tabagismo possui uma ligação considerável com a saúde respiratória do indivíduo, uma vez que as substâncias tóxicas do cigarro agridem diretamente as vias respiratórias, dificultando os mecanismos naturais de defesa do corpo, o que torna os fumantes mais suscetíveis à manifestação de viroses como a bronquiolite.
Da mesma forma, a exposição a fatores de risco, como à poluição atmosférica, aglomerações em ambientes fechados, contato com substâncias alérgenas, também podem facilitar a contaminação pelos vírus da bronquiolite. Mulheres gestantes e lactantes também são mais propensas a desenvolver a bronquiolite, visto que, durante a gestação, ocorrem diversas alterações no sistema imunológico da mulher. Os sinais e sintomas da doença em adultos são semelhantes aos manifestados pelos bebês, e em mulheres lactantes pode haver uma leve elevação no número de leucócitos.
Na maioria dos casos, a bronquiolite se manifesta de maneira leve e apresenta uma evolução benigna dos sintomas. Entretanto, considerando os casos de bebês prematuros ou imunodeficientes, crianças cardíacas ou com doenças pulmonares ou adultos com sistema imunológico enfraquecido, o quadro da bronquiolite pode ser mais grave, e pode haver a necessidade de acompanhamento médico ou até internações. Em casos ainda mais raros, a bronquiolite pode acarretar consequências mais severas, como quadros de pneumonia ou insuficiência respiratória.
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Como a bronquiolite se manifesta como uma infecção viral respiratória, com transmissão por contato direto com gotículas contaminadas pelo vírus, os métodos profiláticos serão semelhantes para qualquer faixa etária e se resumem em:
Fontes
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CHAMPS, N. S. et al. Bronquiolite obliterante pós-infecciosa em crianças. Jornal de Pediatria, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/rhPC7BwmVyYMCMnfqQx4Jjs/#
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GLOSSÁRIO DE SAÚDE DO EINSTEIN. Bronquiolite. Prefeitura de São Paulo. Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível em: https://www.einstein.br/n/glossario-de-saude/bronquiolite
Fonte: Brasil Escola - /doencas/bronquiolite.htm