A formação de palavras é um processo que envolve os métodos pelos quais novas palavras são criadas no idioma. Isso pode ocorrer por meio de processos como a derivação e a composição, além da criação de neologismos e outras formas de inovação lexical. 4p6f3a
Leia também: Qual é a estrutura das palavras?
A formação de palavras é um processo que cria novas palavras na língua portuguesa.
O radical é a base das palavras e carrega o sentido principal.
Afixos (prefixos e sufixos) se unem ao radical para formar novas palavras.
Palavras primitivas são as que não derivam de outras, enquanto as derivadas vêm de primitivas.
Derivação e composição são os principais processos de formação de palavras.
Os tipos de derivação são a derivação prefixal, a sufixal, a parassintética e a regressiva.
Os tipos de composição são a composição por justaposição e a por aglutinação.
Neologismos são palavras novas ou de sentido novo, e surgem de novos objetos, tecnologias ou conceitos.
Hibridismo é o processo que mistura radicais de línguas diferentes para formar uma palavra.
A formação de palavras é um processo na língua portuguesa, responsável pela criação de palavras com base em outras já existentes. Esse fenômeno é dinâmico e permite a expansão do vocabulário, ajustando-se às necessidades de comunicação de uma língua viva e em constante evolução.
No processo de formação de palavras, duas classificações podem existir:
Palavras primitivas: aquelas que não se formam de outras palavras. Exemplo: “terra”.
Palavras derivadas: aquelas que se formam de outras palavras. Exemplo: “terreiro” (terra + -eiro).
Em geral, as novas palavras podem ser formadas da junção de diferentes partes da palavra, como o radical e os afixos. Entenda melhor a seguir.
O radical é a base de uma palavra, a parte que contém o seu significado principal. Ele serve como ponto de partida para a criação de novas palavras por meio da adição de afixos. Exemplo: “pedra” tem o radical “pedr”, do qual se formam outras palavras relacionadas, como “pedreiro”, “pedrada” etc.
Os afixos são elementos que se juntam ao radical para gerar novas palavras. Eles podem aparecer no início ou no final do radical.
Prefixos: são afixos colocados antes do radical, alterando o sentido original da palavra. Exemplo: “desleal” (des- + leal).
Sufixos: são afixos que vêm depois do radical, geralmente modificando a classe gramatical ou o significado da palavra. Exemplo: “lealdade” (leal + -dade).
O processo de formação de palavras é realizado por meio de dois principais mecanismos: derivação e composição. Ambos envolvem a modificação ou combinação de radicais e afixos para formar novas palavras.
A derivação é um processo de formação de palavras que ocorre quando são acrescentados afixos a um radical. Existem quatro tipos de derivação:
Derivação prefixal é um processo de formação de palavras que ocorre com a adição de um prefixo ao radical.
in + justo
injusto
Derivação sufixal é um processo de formação de palavras que ocorre com a adição de um sufixo ao radical.
just + iça
justiça
Derivação parassintética é um processo de formação de palavras que ocorre com a adição simultânea de um prefixo e um sufixo ao radical.
in + justa + mente
injustamente
Derivação regressiva é um processo de formação de palavras que ocorre quando se retira uma parte da palavra para formar uma nova.
comprar - r
compra
A composição é o processo de formação de palavras que envolve a junção de dois ou mais radicais para formar uma nova palavra. Existem dois tipos de composição:
Composição por justaposição é um processo de formação de palavras que ocorre quando os radicais se unem sem mudar suas respectivas formas.
guarda + chuva
guarda-chuva
Composição por aglutinação é um processo de formação de palavras que ocorre quando os radicais se unem com algum tipo de alteração em sua forma.
vinho + acre
vinagre
Neologismo é a criação de uma palavra nova ou o uso de uma palavra já existente com um novo sentido. Isso ocorre quando há necessidade de nomear novos objetos, tecnologias ou conceitos. Um exemplo é o termo “sofrência”, unindo o radical do verbo “sofrer” com o sufixo “-ência” para formar uma palavra que indica um estado de tristeza e desilusão, geralmente causado por ciúme ou desgosto amoroso.
O hibridismo ocorre quando uma palavra é formada de elementos de línguas diferentes.
Um exemplo de hibridismo ocorre na palavra “bafômetro”, que combina “bafo” (da língua portuguesa) com “metro” (do grego); ou sambódromo, que combina “samba” (do quimbundo) com “dromo” (do grego).
Questão 1
(Funrio) Na seção de economia da revista, o jornalista escreve: “Oportunidade para alavancar as vendas e agregar valor ao produto, o licenciamento de marcas é, apesar de ainda pequeno no Brasil, uma ferramenta de marketing capaz de driblar crises”.
Seguem-se interpretações sobre a formação das palavras “alavancar”, “agregar” e “driblar” (as duas primeiras são vernáculas; a terceira é oriunda do inglês).
I) A palavra “alavancar” é formada por parassíntese e segue o mesmo modelo de “abotoar e arrendar”.
II) Comparando-se “agregar, congregar e segregar”, chega-se à conclusão de que essas palavras têm o mesmo radical.
III) A derivação usada em “driblar” mostra que a palavra original inglesa seguiu as regras de formação do português.
Quantas dessas três explicações estão corretas?
A) Todas as três estão corretas.
B) Apenas duas estão corretas.
C) Apenas a primeira está correta.
D) Apenas a terceira está correta.
E) Nenhuma das três está correta.
Resolução:
Alternativa B
A primeira explicação está errada, já que “alavancar” é formada apenas por sufixo, sem haver prefixo; logo, não pode ser uma derivação parassintética. A segunda e a terceira explicações estão corretas.
Questão 2
(Funcab) Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
Ciência contra o crime
Com o aperfeiçoamento da genética e sua integração a sistemas ultrainformatizados, solucionar crimes que pareciam perfeitos está cada vez mais fácil. Onze de setembro de 2001. Dois aviões se chocam contra o World Trade Center, no coração de Nova York. 2 749 pessoas morrem. Para a maior parte dos americanos, o fundamental é descobrir os responsáveis pelo atentado terrorista. Mas, para os parentes daqueles que estavam nos prédios, o mais urgente é outra coisa: identificar seus filhos, pais, maridos e esposas.
Apenas 291 corpos foram encontrados intactos. Os outros se transformaram em mais de 19 mil partes, um terço delas tão pequenas que saíam de lá em tubos de ensaio. O colapso dos edifícios e o fogo que atingiu temperaturas superiores a 1000 °C no primeiro dia de incêndio destruíram boa parte do material genético das vítimas. Nove meses depois, menos da metade delas havia sido identificada. Sem poder contar com a análise de impressões digitais, arcadas dentárias e outros métodos tradicionais, o Escritório de Exames Médicos da Cidade de Nova York criou uma junta de especialistas para orientar os testes de DNA. Para o governo dos EUA, consolar os familiares das vítimas do 11 de Setembro tornou-se uma questão de honra nacional, na qual todo esforço tecnológico deveria ser empregado.
Estava para começar o maior – e provavelmente mais difícil – trabalho de perícia criminal da história da humanidade. “Nenhum de nós sabia quanto tempo a investigação poderia durar”, diz o geneticista do Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano Leslie Biesecker, um dos especialistas envolvidos no processo. Em 7 anos, a força-tarefa que uniu biólogos, químicos, médicos-legistas, engenheiros, matemáticos e programadores conseguiu resultados inéditos, que hoje começam a ser empregados ao redor do planeta.
Os esforços de identificação das vítimas do WTC são uma prova de que, hoje, desvendar crimes só é possível com equipes multidisciplinares. Além de aperfeiçoar a clássica coleta de evidências, elas trabalham no desenvolvimento de sofisticadas técnicas de testes de DNA e softwares especializados que formam uma estrutura de fazer inveja a Sherlock Holmes. Esse arsenal high tech tem deixado a vida dos bandidos complicada: está cada vez mais duro cometer um crime perfeito. Ciência contra o crime.
(ARAÚJO, Tarso. in Revista Superinteressante, agosto de 2008.)
A palavra HUMANIDADE (parágrafo 3) é formada pelo processo de:
A) composição por aglutinação.
B) composição por justaposição.
C) derivação parassintética.
D) derivação prefixal.
E) derivação sufixal.
Resolução:
Alternativa E
A palavra “humanidade” é formada pelo radical “human” e pelo sufixo “-idade”.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
Fonte: Brasil Escola - /gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-ii.htm