Doping

Doping é uma prática ilegal que consiste no uso de substâncias para melhorar o rendimento esportivo.

Doping é o uso ilegal de substâncias que afetam o funcionamento do organismo para aumentar o desempenho esportivo. Entre os objetivos dos atletas que se submetem à dopagem está o aumento da força, concentração, resistência física e agilidade.

As substâncias consideradas doping são divididas em grupos, tais como os narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos. Apesar de melhorar o rendimento no esporte, o doping provoca riscos à saúde humana, tais como problemas cardíacos, câncer e esterilidade.

Leia também: O que são as drogas ilícitas e quais são elas?

Resumo sobre doping

  • O doping é a prática de utilizar substâncias ou métodos artificiais para melhorar o rendimento esportivo.
  • Sua origem remonta à Antiguidade, nas civilizações chinesa, grega e romana.
  • O maratonista Thomas Hicks ficou conhecido como o primeiro caso moderno de doping no esporte.
  • O Comitê Olímpico Internacional (COI) listou as substâncias proibidas e tornou o doping ilegal de forma oficial em 1967.
  • Entre os grupos de substâncias consideradas doping, listadas pela Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency, WADA), estão os narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônio peptídicos.
  • O doping causa riscos à saúde humana, como problemas cardíacos, atrofia dos testículos, esterilidade, hipertensão, desenvolvimento de tumores e casos cancerígenos, entre outros.

O que é doping?

O doping é proibido e causa riscos à saúde humana.

O doping é caracterizado pelo uso de substâncias ou métodos artificiais que estimulam o corpo a funcionar de forma diferente. A prática no cenário esportivo possui o objetivo de melhorar o rendimento do atleta. Essas substâncias são oficializadas e listadas pela Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency, WADA). Entre as classes de substâncias do doping, estão: narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos.

A Federação Internacional de Medicina Esportiva (Fims) divulgou um documento em 1993 que conceitua o doping como “uso proposital ou não intencional por um atleta de uma substância, ou métodos proibidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI)”.

A WADA é a instituição internacional que atua no desenvolvimento de ações antidoping, pesquisas científicas, atividades educativas e no monitoramento do Código Mundial Antidoping, que lista as substâncias proibidas em períodos competitivos e não competitivos.

Origem e história do doping

O termo doping não tem uma origem precisa. Uma das narrativas diz que a palavra é de origem holandesa, do termo “dopen”, que quer dizer emergir ou batizar. “Dopen” foi utilizado com o significado de dopagem por volta dos anos de 1865, período em que o Canal do Norte, na Holanda, estava sendo construído. Os construtores istravam uma substância para que os colaboradores da construção naval pudessem ficar mais resistentes para continuar a trabalhar por mais tempo.

Essa prática já era comum no período da Antiguidade. Alguns relatos apontam que os romanos davam substâncias aos cavalos para que pudessem correr mais e aos próprios gladiadores para aumentar a força física durante os combates. Há relatos ainda que remetem ao doping na Grécia Antiga em 300 a.C., durante os Jogos Olímpicos.

O mesmo acontece na antiguidade chinesa, desde 2.700 a.C., e consistia no incentivo pelos imperadores no uso de plantas com doses elevadas de efedrina para provocar ânimo e coragem aos lutadores.

Thomas Hicks ficou conhecido como o primeiro caso de doping da modernidade. O fato ocorreu durante a edição das Olimpíadas de Saint Louis, nos Estados Unidos, em 1904. O maratonista, durante a prova, recebeu de sua equipe doses de conhaque e estricnina. Essa última substância é capaz de estimular os neurônios motores, responsáveis pela contração muscular.

Prova de maratona das Olimpíadas de Saint Louis (1904) de Thomas Hicks, primeiro caso moderno de doping no esporte.

O uso ocorreu após Hicks ter parado para descansar na competição. Após a dopagem, recuperou-se e ainda chegou a conquistar medalha. Ele manteve a conquista, pois nenhuma das substâncias era considerada proibida no torneio. A proibição e listagem das substâncias ilegais consideradas doping foram feitas em 1967 de forma oficial e internacional pelo COI.

Tipos de doping

Os tipos de doping no esporte podem ser definidos conforme a finalidade do uso das substâncias. Entre eles estão:

  • doping para aumentar concentração do atleta e reduzir o cansaço (estimulantes);
  • doping para aumentar força e desenvolver os músculos (anabolizantes);
  • doping para fins terapêuticos (hormônios);
  • doping para perda de peso (diuréticos);
  • doping para aliviar dores (narcóticos).

Por que o doping é proibido?

O doping é proibido no esporte porque influencia no rendimento esportivo dos atletas, tornando a competição desonesta para os que não utilizam substâncias. Além disso, a prática pode ser prejudicial à saúde.

Substâncias que são consideradas doping

O doping é comum entre praticantes de musculação que não são atletas para aumentar a massa muscular.

As substâncias consideradas doping estão agrupadas em narcóticos, agentes anabolizantes, estimulantes, diuréticos e hormônios peptídicos. Saiba quais são as características de cada um dos grupos de substâncias:

  • Narcóticos: aliviam dores.
  • Agentes anabolizantes: ajudam no desenvolvimento de músculos e força, mas prejudicam o coração, fígado e sistema reprodutivo.
  • Estimulantes: aumentam a concentração e reduzem o cansaço, mas podem causar danos ao coração.
  • Diuréticos: contribuem na perda de peso, mas ocultam o uso de outras drogas proibidas e causam desidratação e fadiga.
  • Hormônios peptídicos: utilizados para fins terapêuticos, mas podem ser prejudiciais quando a pessoa é muito jovem e está em fase de crescimento.

Veja, abaixo, algumas substâncias que são consideradas doping:

  • Esteroides anabolizantes androgênicos (AAS) istrados de forma exógena: androsterona, testosterona, androstenediona, bolasterona, boldenona, calusterona, clostebol, gastrinoma, mestanolona, methandriol, mibolerona, norboletona, oxabolona e oximetolona.
  • Diuréticos e agentes mascarantes: desmopressina, dextran, manitol, probenecida, expansores plasmáticos, amilorida, canrenona, metozalona e acetazolamida.
  • Hormônios peptídicos, fatores de crescimento, substâncias correlatas e miméticos: eritropoietinas (EPOs), inibidores GATA, inibidores da sinalização do TGF-beta, agonistas dos receptores de reparo inato, gonadotrofina coriônica (CG), fator de crescimento de fibroblastos (FGSs), fator de crescimento de hepatócitos (HGF).
  • Beta-2 agonistas: fenoterol, formoterol, higenamina, indacaterol, olodaterol, procaterol, reproterol, salbutamol, tretoquinol, tulobuterol e vilanterol.
  • Modularadores hormonais e metabólicos: anastrozol, letrozol, testolactona, bazedoxifeno, raloxifeno, toremifeno, clomifeno, cliclofenil. fulvestrant, anticorpos neutralizadores de miostatina, meldonio, trimetazidina.

Algumas medicações comercializadas de forma livre podem ser causa de doping esportivos, tais como: hidroclorotiazida, manitol, espironolactona, clortalidona, salbutamol, terbutalina.

Veja também: Anabolizantes — detalhes sobre um dos grupos de substâncias consideradas doping

Métodos que são considerados doping

Vários casos de doping já foram registrados ao longo das edições das Olimpíadas e de diversos outros eventos esportivos. [1]

Saiba quais os métodos que podem ser caracterizados como doping:

  • Manipulação do sangue e componentes sanguíneos: istrar ou reintroduzir sangue de qualquer quantidade de sangue autólogo, alogênico (homólogo) ou heterólogo, ou produtor derivado de células vermelhas do sangue de qualquer origem; aumentar artificialmente a capacidade de transporte ou troca tecidual de oxigênio, o que inclui o uso de perfluoroquímicos, efaproxiral e produtos modificados por hemoglobina.
  • Doping genético e celular: uso de ácidos nucleicos ou seus análogos que possam alterar a sequência genômica e/ou modificar a expressão do gene por qualquer mecanismo; uso de células normais ou geneticamente modificadas.
  • Manipulação química ou física: adulterar ou tentar adulterar a integridade ou validade das amostradas coletadas em um exame antidoping; infusões intravenosas ou injeção de mais de 100 mL em um período de 12h, exceto em casos de tratamento hospitalar, procedimentos cirúrgicos ou de diagnóstico.

Confira a lista na íntegra de substâncias consideradas doping que são proibidas tanto em períodos competitivos quanto nos intervalos das competições (treinamento). O documento, traduzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foi publicado pela WADA.

Riscos e consequências do doping

Confira alguns riscos e consequências provocadas pelo doping:

  • Problemas no sistema nervoso: as drogas causam dependência química, psicose, depressão, ansiedade e perda cognitiva.
  • Danos ao coração: as substâncias estimulantes provocam arritmias cardíacas, morte súbita e infarto.
  • Problemas no fígado: os anabolizantes são causadores de hepatite tóxica, câncer hepático e cirrose.
  • Danos aos rins: desidratação e insuficiência renal são sinais do uso de diuréticos.
  • Problemas no sistema endócrino: alterações hormonais irreversíveis, atrofia testicular, esterilidade, acne, calvície e hipertrofia do clitóris são provocadas pelo uso de anabolizantes.

Exame antidoping

A World Anti-Doping Agency (em português, Agência Mundial Antidoping) é a organização que lista as substâncias de doping proibidas para atletas.

O exame antidoping é feito por meio da coleta de amostras de urina e sangue de atletas. Essas amostras são encaminhadas para um laboratório específico de controle de doping, onde profissionais realizam análise para identificar substâncias proibidas.

Entre as técnicas utilizadas nesses exames estão a cromatografia e a espectrometria de massa. Com esses métodos, é possível identificar quantidades baixas das substâncias. Caso sejam identificadas, os competidores podem receber sanções e punições, como a expulsão do evento esportivo (por exemplo, os Jogos Olímpicos).

Crédito de imagem

[1] JuliaDorian / Shutterstock

Fontes

ANTUNES, Mateus Dias et. al. Substâncias farmacológicas e o doping esportivo. Biológicas & Saúde, 6(22), 2016. Disponível em: https://ojs3.perspectivasonline.com.br/biologicas_e_saude/article/view/1049.

HOSPITAL Albert Einstein. O que é o doping? Disponível em: https://www.einstein.br/noticias/noticia/o-que-e-o-doping.

HOSPITAL Santa Mônica. Quais são os tipos de doping e suas consequências. Disponível em: https://hospitalsantamonica.com.br/quais-sao-os-tipos-de-doping-e-suas-consequencias/.

SILVA et. al. Doping esportivo e consumo de suplementos alimentares: uma relação delicada. Cad. Ibero Am. Direito Sanit. [Internet]. 18º de março de 2021 [citado 7º de agosto de 2024]; 10(1):56-75. Disponível em: https://www.cadernos.prodisa.fiocruz.br/index.php/cadernos/article/view/703.

WORLD Antidoping Agency. Código Mundial Antidoping Padrão Internacional: Lista Proibida. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/abcd/pt-br/composicao/atletas/substancias-e-metodos-proibidos/arquivos-lista-de-substancias-proibidas/Lista2024v.04.pdf.

Pessoa segura frasco escrito “doping”.
Doping é uma prática ilegal para atletas competidores de eventos esportivos.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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AFONSO, Lucas. "Doping"; Brasil Escola. Disponível em: /drogas/dopping.htm. o em 23 de maio de 2025.