Trabalhadores assalariados nos engenhos coloniais

Nos séculos XVI e XVII, existiam trabalhadores assalariados nos engenhos coloniais e não somente trabalhadores escravizados.

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Durante os séculos XVI e XVII, uma das atividades econômicas que prevaleciam na colônia Brasil era a plantação de cana-de-açúcar e o seu processamento nos engenhos. Existiam basicamente duas formas de trabalhos desempenhadas nos engenhos: o trabalho escravo e o trabalho assalariado. O trabalho assalariado será o tema da nossa abordagem no presente texto.

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Inicialmente, consideravam-se engenhos apenas as edificações e instalações onde o açúcar era feito (moendas, cozinha, casa de purgar). Com o desenvolvimento das atividades açucareiras, a concepção de engenho ampliou-se, incluindo o conjunto da propriedade açucareira: lavouras, terras não cultivadas, a casa-grande (habitação do senhor de engenho), a capela e a senzala (habitação dos escravos).

Muitos engenhos que existiam na colônia empregavam os trabalhadores assalariados, que, juntamente com os escravizados, dividiam os pesados afazeres e o extenso processo da produção do açúcar.

Os trabalhadores assalariados dos engenhos nordestinos e de São Paulo eram separados em funções, portanto cada trabalhador assalariado tinha um ofício e desempenhava determinadas tarefas.

A partir deste momento, iremos detalhar os ofícios que existiam nos engenhos e as funções desempenhadas pelos trabalhadores assalariados. A principal pessoa que gerenciava e ditava o ritmo da produção no engenho era conhecida como feitor-mor e sua tarefa era istrar o engenho para o senhor de engenho, dono da produção. Outro ofício bastante importante era o mestre de açúcar, que controlava o trabalho de beneficiamento do açúcar.

Existia também o ofício de banqueiro: sua função era substituir o mestre-de-açúcar no período noturno. Quem trabalhava na purificação do açúcar era o purgador; o caldeireiro trabalhava nas caldeiras; e o oficial do açúcar auxiliava o mestre de açúcar.

O ofício mais temido nos engenhos era o de feitor, pois sua função era vigiar e castigar os escravos nos períodos que estes estivessem trabalhando pouco e nos momentos das fugas. Outras funções eram a de ourives, que faziam produtos de ouro e prata para comercialização; e a de ferreiros, que produziam objetos de ferro, essenciais para a resistência e a movimentação das maquinarias dos engenhos.

Nos engenhos havia mais maquinarias de madeira (moendas), portanto o carpinteiro exercia importante função, uma vez que era o responsável pela construção e consertodestas. Existia o sapateiro, que produzia e consertava os calçados; e o oleiro, que fabricava louças e outros produtos que eram feitos de barros.

Outros ofícios não menos importantes nos engenhos eram: o de pedreiro, que construía e reformava moradias; o de alfaiate, que confeccionava e consertava roupas; e o de pescador, que pescava principalmente nos dias santos, quando não se alimentavam de carne vermelha.

Dentro dessa hierarquia de ofícios, os que recebiam melhores salários eram os feitores-mor e os especialistas no beneficiamento e processamento da cana-de-açúcar, ou seja, os produtores de açúcar (mestres de açúcar, purgadores e caldeireiros). Entretanto, o feitor-mor recebia o melhor salário e os mais baixos salários eram dos pescadores.         

Geralmente, os salários dos trabalhadores assalariados (como os feitores-mor, os mestres de açúcar, purgadores e caldeireiros) eram pagos anualmente, já os artesãos (ferreiros, carpinteiros, pedreiros etc.) recebiam seus salários por dia ou por tarefa executadas. 

Leandro Carvalho
Mestre em História

Nos engenhos coloniais eram exercidas formas de trabalho assalariadas
Nos engenhos coloniais eram exercidas formas de trabalho assalariadas
Escritor do artigo
Escrito por: Leandro Carvalho Escritor oficial Brasil Escola
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CARVALHO, Leandro. "Trabalhadores assalariados nos engenhos coloniais"; Brasil Escola. Disponível em: /historiab/trabalhadores-assalariados-nos-engenhos-coloniais.htm. o em 25 de maio de 2025.
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