Frankenstein

Frankenstein é uma obra romântica da escritora inglesa Mary Shelley. Essa narrativa de horror tem como protagonista o jovem Frankenstein, que cria uma monstruosa criatura.

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Frankenstein é um romance da escritora inglesa Mary Shelley. A obra faz parte do romantismo e apresenta traços góticos e fantásticos. A narrativa conta a história de Victor Frankenstein, um estudante universitário que decide criar uma vida. O resultado é uma criatura monstruosa, a qual, possuída pela dor e pelo ódio, se entrega ao crime.

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A obra é narrada em grande parte pelo protagonista, o jovem Victor Frankenstein. Alvo da vingança de sua criatura, Frankenstein decide caçar o monstro para matar a sua criação. Desse modo, Mary Shelley ficou conhecida como a precursora da ficção científica. Seu romance também é associado a histórias de horror.

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Tópicos deste artigo

Resumo sobre Frankenstein

  • Frankenstein é um romance da escritora inglesa Mary Shelley.

  • A história conta sobre o jovem Victor Frankenstein, estudante de filosofia natural e química, que decide criar uma vida humana.

  • O resultado é um homem de forma monstruosa, que logo é rejeitado pelo seu criador.

  • A criatura vaga sozinha, aprende a falar e a a conhecer as coisas do mundo.

  • O monstro acaba matando a criança William, irmão de Victor Frankenstein.

  • Justine, criada da família Frankenstein, é acusada de ass o menino e condenada à morte.

  • A criatura promete a seu criador que irá embora se ele criar uma fêmea para lhe fazer companhia.

  • Victor aceita a proposta, mas acaba destruindo sua nova criação diante dos olhos do monstro.

  • Como vingança, o monstro mata o jovem Clerval, o melhor amigo de Victor Frankenstein.

  • Depois que Victor se casa com a bela Elizabeth, o monstro mata também sua esposa.

  • Victor sai em busca da criatura para se vingar de tantas mortes, o que debilita sua saúde.

  • É encontrado, em uma geleira na Rússia, pelo capitão Walton e lhe relata todos os fatos de sua vida.

Análise da obra Frankenstein

Capa do livro Frankenstein, de Mary Shelley, publicado pela editora L&PM.
Capa do livro Frankenstein, de Mary Shelley, publicado pela editora L&PM.[1]

Personagens da obra Frankenstein

  • Victor Frankenstein: protagonista

  • Agatha: camponesa

  • Alphonse Frankenstein: pai de Victor Frankenstein

  • Beaufort: mercador, amigo do pai do protagonista

  • Caroline Beaufort: filha de Beaufort e mãe do protagonista

  • De Lacey: camponês, pai de Felix e de Agatha

  • Elizabeth Lavenza: órfã adotada pelos pais do protagonista

  • Ernest: irmão de Victor

  • Felix: camponês

  • Henry Clerval: amigo de Frankenstein

  • Justine Moritz: criada da família Frankenstein

  • Kirwin: magistrado

  • Krempe: professor

  • Margaret Saville: irmã de R. Walton

  • Robert Walton: capitão de um navio

  • Safie: esposa de Felix

  • Waldman: professor

  • William: irmão de Victor

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Tempo da obra Frankenstein

A obra apresenta tempo cronológico. Já o tempo da narrativa não é especificado, de forma que as cartas fictícias da obra apresentam a seguinte indicação do ano: “17–”. Portanto, a ação transcorre no século XVIII.

Espaço da obra Frankenstein

A ação se a na Rússia, Suíça, Alemanha e Inglaterra.

Narrador da obra Frankenstein

O romance Frankenstein apresenta narrador-personagem. Nas cartas, o narrador é o capitão Robert Walton; mas os capítulos da obra são narrados pelo protagonista, isto é, Victor Frankenstein.

Enredo da obra Frankenstein

O primeiro volume tem início com uma carta direcionada à senhora Margaret Saville, que está na Inglaterra. O destinatário está em São Petersburgo, na Rússia, e, durante seis anos, viveu aventuras em baleeiros. A carta é assinada pelo irmão de Margaret, um tal de R. Walton. A segunda e melancólica carta é enviada de Arcangel, na Rússia.

Na terceira carta, sem especificação do lugar de emissão, Robert Walton escreve pouco, “linhas apressadas”, como ele diz, para informar que está em segurança. Segundo ele: “Nenhum incidente até então recaiu sobre nós que pudesse impressionar numa carta”. Por fim, a quarta carta também não especifica o lugar de emissão.

Nessa longa carta, ele relata um “acidente tão estranho” que aconteceu com a tripulação do navio. Estavam cercados por gelo e, quando a neblina se dissipou,

uma estranha visão de repente atraiu nossa atenção e nos afastou da preocupação com nossa situação. Notamos uma charrete baixa fixada num trenó e puxada por cães, ando em direção ao norte, a pouco menos de um quilômetro de distância; sentado no trenó, guiando os cães, vinha um ser que tinha a forma de um homem, mas aparentemente de estatura gigante. Observamos o rápido progresso do viajante com nossos telescópios até ele desaparecer entre as longínquas irregularidades do gelo.

No dia seguinte, encontraram um homem com a saúde debilitada, “um ser humano, que os marinheiros persuadiam a entrar na embarcação. Ele não parecia, como o outro viajante, um habitante selvagem de alguma ilha não descoberta, mas um europeu”. Recuperado, o “estranho” estava disposto a contar sua história ao capitão.

Assim, no capítulo 1, o “estranho” começa a narrar sua história. O narrador nasceu em Genebra, na Suíça. Ele fala de seu nascimento e de Elizabeth, adotada pelos pais de Victor. Quando ele tinha 17 anos, seus pais “resolveram que eu deveria estudar na universidade de Ingolstadt”, na Alemanha.

Logo se tornou discípulo do professor Waldman. ou a estudar, obsessivamente, filosofia natural e química. Assim, após “dias e noites de incrível labuta e fadiga, descobri a causa da geração da vida; mais do que isso, tornei-me capaz de animar matéria sem vida”. Então, ele deu “início à criação de um ser humano”:

[...]. Coletava ossos de mausoléus e perturbava, com dedos profanos, os segredos grandiosos da constituição humana. Numa câmara solitária, ou melhor, numa cela, no último andar da casa, separado de todos os outros aposentos por um corredor e uma escada, eu mantinha minha oficina de criação imunda; meus olhos saltavam das órbitas enquanto eu cuidava dos detalhes do empreendimento. A sala de dissecação e o matadouro forneciam muitos dos materiais; e frequentemente minha natureza humana voltava-se com repugnância contra aquela ocupação enquanto eu, incitado por uma sempre crescente avidez, conduzia o trabalho para uma conclusão.

Por fim:

Foi numa lúgubre noite de novembro que contemplei a conquista de meus pesados trabalhos. Com uma ansiedade que era quase agonia, coletei os instrumentos da vida ao meu redor, para que pudesse infundir uma centelha na coisa inanimada aos meus pés. Já era uma da manhã; a chuva batia melancolicamente contra as vidraças e minha vela fora quase toda consumida, quando, sob sua luz débil, vi o torpe olho amarelo da criatura se abrir; ela respirou fundo, e um movimento convulsivo agitou seus membros.

Frankenstein ficou decepcionado com a criatura disforme que criara. O monstro acabou fugindo. Depois da chegada de seu amigo Henry Clerval, Victor foi acometido por “uma febre nervosa que me manteve confinado por vários meses”. Durante esse período, “Henry foi meu único enfermeiro”. Clerval estava na universidade para estudar línguas orientais.

Ao receber carta do pai, Victor foi informado do assassinato de seu irmão William e voltou a Genebra. Já fazia dois anos que Frankenstein dera vida à criatura. Victor sabia que o monstro fora quem matara o pequeno William; mas, acusada da morte, Justine (criada da família) foi a julgamento.

Pressionada pelo seu padre confessor, Justine Moritz se declarou culpada e foi condenada à morte. Assim, no segundo volume, o narrador fala do luto que ensombrecia a casa de sua família. Após toda essa tragédia, Victor encontrou de novo sua criatura. Diante da reação de seu criador, a criatura disse:

— Esperava essa recepção. Todos os homens odeiam os desgraçados; como devo ser odiado, eu que sou a mais infeliz entre as criaturas vivas! Ainda assim, tu, meu criador, detestas e rejeitas a mim, tua criatura, a quem estás preso por amarras que apenas a aniquilação de um de nós pode dissolver. Pretendes me matar. Como ousas divertir-te assim com a vida? Cumpre teu dever em relação a mim, e cumprirei o meu em relação a ti e ao restante da humanidade. Se aceitares minhas condições, deixarei os outros e a ti em paz; mas se recusares, irei seguir meu apetite pela morte, até estar saciado com o sangue de teus amigos restantes.

Então, a criatura ou a narrar as suas dificuldades para viver sozinho. Isolado, não tinha coragem de se juntar às pessoas. De longe, observava a rotina de pobres moradores de um chalé. O monstro se compadeceu desses camponeses, por isso ou a pegar lenha para eles. Foi por meio dessa família que a criatura começou a aprender como vivem os humanos.

No chalé, moravam um velho cego, seu filho Felix e sua filha Agatha. Um dia chegou uma árabe chamada Safie, já conhecida da família, a quem Felix tomaria como esposa. Assim como Safie, o monstro aprendeu a língua. A família de Felix já fora rica, mas acabara perdendo tudo e sendo expulsa da França. Por isso, moravam nesse chalé na Alemanha.

Em certa ocasião, quando De Lacey ficou sozinho no chalé, a criatura se aproximou. Como não enxergava, o velho não ficou horrorizado com a aparência da criatura. Porém, quando os outros integrantes da família voltaram,

Agatha desmaiou e Safie, incapaz de cuidar da amiga, correu para fora do chalé. Felix avançou à frente e, com força sobrenatural, afastou-me de seu pai, a cujos joelhos eu me agarrava; num momento de fúria, arremessou-me ao chão e me acertou violentamente com uma vara. Eu poderia ter arrancado membro por membro dele, como o leão faz com o antílope. Mas meu coração afundou dentro de mim com um asco amargo, e me contive. Eu o vi a ponto de repetir seu golpe quando, tomado de dor e angústia, deixei o chalé e, no tumulto geral, escapei sem ser notado para meu casebre.

A família então foi embora do chalé. Sentindo imensa raiva, a criatura colocou fogo em tudo. A criatura então decidiu ir em busca de seu criador, de quem ele, o monstro, “só podia esperar socorro, apesar de não nutrir nenhum sentimento além de ódio”. Ao se deparar com William, uma criança, pensou que se “então eu pudesse pegá-la e educá-la como meu companheiro e amigo, eu não seria tão desolado nesta povoada terra”.

A criança ficou extremamente assustada e se debatia enquanto ocorria este diálogo:

— Deixe-me ir, monstro! — gritava. — Desgraçado feio! Você quer me comer e me fazer em pedacinhos; você é um ogro; deixe-me ir, ou conto pro papai.

— Menino, você nunca mais vai ver seu pai; você vai vir comigo.

— Monstro horrendo! Deixe-me ir. Meu pai é um conselheiro... é o sr. Frankenstein... ele vai castigar você. Não ouse me prender.

— Frankenstein! Você então pertence ao meu inimigo, a quem jurei eterna vingança; você será minha primeira vítima!

Assim, a criança foi assassinada, a criatura agarrou “sua garganta para silenciá-la, e, num instante, ela estava morta aos meus pés”. Após relatar tais fatos, o monstro disse a Victor que estava “sozinho e miserável; o homem não vai se associar comigo — mas alguém tão deformado e horrível quanto eu não iria se negar a mim. Minha companhia deve ser da mesma espécie e ter os mesmos defeitos. Você deve criar esse ser”.

O monstro pediu para Frankenstein criar uma fêmea para ele, mas Victor se recusou. A criatura prometeu que, se Victor criasse sua parceira, o casal “iria às vastas florestas selvagens da América do Sul”. Então Victor aceitou criar uma fêmea para o monstro. Por fim, no terceiro volume, Victor se preparava para sua nova criação.

Enquanto isso, seu pai sugeriu que ele devia se casar com Elizabeth, a quem Victor chamava, afetuosamente, de “prima”. Victor viajou até a Inglaterra, em companhia de Clerval, com a promessa de se casar com Elizabeth ao retornar. Em uma das ilhas Órcades, na Escócia, continuou seu trabalho:

[...]; mas à medida que progredia em meu trabalho, ele se tornava cada dia mais horrível e irritante para mim. Às vezes, não conseguia me fazer entrar no laboratório por vários dias; em outras, dedicava-me dia e noite para completar a tarefa. Era de fato um processo sujo no qual estava metido. No primeiro experimento, um tipo de frenesi entusiasmado me levara ao horror de meu empreendimento; minha mente estava atentamente fixada em consumar o projeto e meus olhos, fechados à repugnância dos procedimentos. Mas agora ia a ele com sangue-frio, e meu coração adoecia com o exercício de minhas mãos.

Ele descobriu que a criatura o tinha seguido por toda a viagem. Assim, diante dela, Victor destruiu a sua nova criação: “[...], tremendo com paixão, destrocei a coisa à qual estava me dedicando. O desgraçado me viu destruir a criatura de cuja futura existência sua felicidade dependia e, com um uivo de desespero diabólico e vingança, retirou-se”.

Victor foi acusado pela morte de um “cavalheiro que foi encontrado assassinado” e ficou consternado ao saber que tal cavalheiro era seu melhor amigo, Henry Clerval. Depois de três meses de prisão, foi a julgamento e o “grande júri recusou a acusação”. Assim, Victor retornou a Genebra.

Finalmente, Victor e Elizabeth se casaram e viajaram em lua de mel. Então a criatura matou Elizabeth. Quando Victor voltou a Genebra, a trágica notícia acabou levando o sr. Frankenstein à morte. A partir daí, Frankenstein partiu em busca do assassino para conseguir sua vingança. A obra então termina com carta de Walton para sua irmã Margaret.

Walton diz à irmã que vai voltar à Inglaterra e que Victor morreu, pois estava muito debilitado. E faz este relato:

Entrei na cabine onde estavam os restos de meu malfadado e irável amigo. Sobre ele debruçava-se uma forma que não tenho palavras para descrever: gigantesco em estatura, ainda assim grosseiro e deformado nas proporções. Curvado sobre o caixão, seu rosto escondia-se atrás de longos cachos de cabelo emaranhado, mas via-se uma imensa mão estendida, com a cor e a textura semelhantes como de uma múmia. Quando ouviu que eu me aproximava, deixou de proferir exclamações de dor e horror e avançou em direção à janela. Nunca contemplei uma visão tão horrível quanto sua face, de feiura apavorante, ainda que incrível. Fechei os olhos involuntariamente e me esforcei para lembrar quais eram meus deveres em relação a esse destruidor. Pedi que ficasse.

Após conversarem, a criatura diz adeus e vai embora.

Veja também: O que é o fantástico na literatura?

Características da obra Frankenstein

Estrutura da obra Frankenstein

A obra, originalmente, foi publicada em três volumes:

  • Volume I: quatro cartas e oito capítulos;

  • Volume II: nove capítulos;

  • Volume III: sete capítulos.

Estilo literário da obra Frankenstein

O romance faz parte do romantismo inglês. Apresenta traços góticos e fantásticos, de forma que mescla elementos de histórias de horror com elementos científicos. Desse modo, a autora é precursora da ficção científica. A obra também tem caráter filosófico e discute questões éticas.

Qual a lição de Frankenstein

O romance coloca em questão a ética dos homens da ciência. Além disso, mostra os perigos da interferência humana nos processos naturais. Assim, ao buscar gerar uma nova vida, a humanidade pode comprometer todo o ecossistema e produzir grande destruição. Portanto, a lição de Frankenstein é que tudo tem um limite. Cabe a nós ter sabedoria suficiente para perceber os perigos e não ultraar certas barreiras.

Saiba mais: Conde Drácula — a história verídica por trás do famoso personagem

Frankenstein é uma história real?

O monstro de Frankenstein é um personagem fictício. Na imagem, uma de suas versões para o cinema.
O monstro de Frankenstein é um personagem fictício. Na imagem, uma de suas versões para o cinema.

Não. A história do romance Frankenstein é totalmente fictícia.

Mary Shelley, autora de Frankenstein

Mary Godwin nasceu em 30 de agosto de 1797, em Londres, na Inglaterra. Era filha de um filósofo e de uma feminista. A autora foi educada em casa e começou a escrever textos literários com 11 anos de idade. Quatro anos depois, conheceu seu futuro companheiro (de quem herdou o sobrenome artístico), o poeta P. B. Shelley. Como era casado, ele e Mary fugiram para a França.

Retrato da escritora Mary Shelley, autora de Frankenstein.
Retrato da escritora Mary Shelley, autora de Frankenstein.

O poeta estimulava Mary Shelley a escrever. Em uma viagem à Suíça, em visita ao poeta Lord Byron, surgiu a inspiração para sua obra mais famosa, isto é, Frankenstein. Porém, publicou a obra de forma anônima, já que havia forte preconceito acerca da escrita feminina. A autora faleceu em 1º de fevereiro de 1851, em Londres.

Créditos da imagem

[1] Editora L&PM (reprodução)

Fontes

NAZARIAN, Santiago. Apresentação. In: SHELLEY, Mary. Frankenstein ou O Prometeu moderno. Tradução de Santiago Nazarian. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

SHELLEY, Mary. Cronologia: vida e obra de Mary Shelley. In: SHELLEY, Mary. Frankenstein ou O Prometeu moderno. Tradução de Santiago Nazarian. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

SHELLEY, Mary. Frankenstein ou O Prometeu moderno. Tradução de Santiago Nazarian. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

VÍVOLO, Vitor da Matta; LONGHI, Carla Reis. Maternidade e monstruosidade literária: Mary Shelley e o nascimento de Frankenstein. Cordis, São Paulo, n. 12, p. 299-316, jan./ jun. 2014. 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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SOUZA, Warley. "Frankenstein"; Brasil Escola. Disponível em: /literatura/frankenstein.htm. o em 29 de maio de 2025.
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