As propriedades específicas da matéria são: densidade, pontos de fusão e de ebulição, solubilidade, condutividade elétrica, condutividade térmica, dureza, maleabilidade, e ductibilidade. Essas propriedades permitem distinguir uma substância de outra, pois estão diretamente relacionadas com a sua composição e estrutura microscópica. Em outras palavras, elas ajudam a identificar um material com base em características únicas e constantes, independentemente da quantidade da amostra analisada. Portanto, elas estão diretamente ligadas à natureza do material, servindo como “impressões digitais” da matéria, ou seja, elas identificam do que algo é feito.
Leia também: Quais são as propriedades gerais da matéria?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre propriedades específicas da matéria
- 2 - Quais são as propriedades específicas da matéria?
- 3 - Diferenças entre propriedades gerais e propriedades específicas da matéria
- 4 - Exercícios resolvidos sobre propriedades específicas da matéria
Resumo sobre propriedades específicas da matéria
- As propriedades específicas da matéria são:
- a densidade — a relação entre massa e volume;
- o ponto de fusão — a temperatura em que um sólido se transforma em líquido;
- o ponto de ebulição — a temperatura na qual um líquido a ao estado gasoso;
- a solubilidade — indica a capacidade de uma substância se dissolver em um líquido;
- a condutividade elétrica — a capacidade de conduzir corrente elétrica;
- a condutividade térmica — relacionada à capacidade de transmitir calor;
- a dureza — indica a resistência a riscos;
- a maleabilidade — a capacidade de ser moldado em lâminas finas sem se romper;
- a ductilidade — a capacidade de ser esticado em fios.
- As propriedades específicas são intensivas, isto é, não dependem da quantidade de matéria analisada.
- As propriedades gerais, como massa, volume e inércia, são comuns a toda e qualquer matéria, mas não permitem sua identificação.
Quais são as propriedades específicas da matéria?
As propriedades específicas da matéria são:
-
- densidade;
- pontos de fusão e de ebulição;
- solubilidade;
- condutividade elétrica;
- condutividade térmica;
- dureza;
- maleabilidade; e
- ductibilidade.
A seguir, falaremos um pouco sobre cada uma delas.
→ Densidade
Corresponde à razão entre a massa de um corpo e o volume que ele ocupa, sendo expressa geralmente em g/cm3 ou kg/m3. Por exemplo, embora um cubo de chumbo e outro de alumínio tenham o mesmo volume, o de chumbo será mais pesado, pois sua densidade é maior. Isso acontece porque as partículas do chumbo estão mais “compactadas” no espaço.
→ Ponto de fusão
Representa a temperatura em que uma substância a do estado sólido para o líquido, sob pressão normal. É uma característica muito usada para identificar substâncias puras. Por exemplo, o gelo (água sólida) funde-se exatamente em 0 °C, enquanto o ferro só se liquefaz em 1538 °C, o que evidencia uma enorme diferença entre suas estruturas e forças de ligação entre as partículas.
→ Ponto de ebulição
É a temperatura em que um líquido se transforma em gás em todo o seu volume, também sob pressão atmosférica padrão. Essa propriedade reflete a energia necessária para vencer as forças intermoleculares. Por exemplo, a água ferve em 100 °C ao nível do mar, mas o álcool etílico evapora em apenas 78 °C, mostrando que suas moléculas se separam mais facilmente.

→ Solubilidade
Define a quantidade máxima de uma substância que pode se dissolver em determinado solvente, em uma temperatura específica. Isso explica por que o sal se dissolve completamente na água, formando uma solução homogênea, enquanto a areia se deposita no fundo, pois é insolúvel nesse meio.

Na imagem acima, é possível perceber duas propriedades específicas: solubilidade e densidade, de modo que a solubilidade do sal na água forma, em parte, uma mistura homogênea; a insolubilidade da areia e do óleo na água forma, no todo, uma mistura heterogênea; por fim, temos três fases por diferença de densidade.
→ Condutividade elétrica
Expressa a capacidade de um material permitir o fluxo de corrente elétrica. Os metais, como o cobre, têm elétrons livres que se movimentam facilmente, o que os torna excelentes condutores, por isso são usados em fiações elétricas. Já o plástico, por não ter essa estrutura, atua como isolante.
→ Condutividade térmica
Indica a habilidade de um material em transmitir calor. Os metais, por exemplo, aquecem rapidamente porque suas partículas transferem energia térmica de forma eficiente. É por isso que uma colher de metal esquenta em contato com líquidos quentes, enquanto uma colher de madeira permanece fria por mais tempo.
→ Dureza
Refere-se à resistência que um material apresenta ao ser riscado por outro. É medida por escalas como a de Mohs. O diamante, por exemplo, é considerado o material natural mais duro, sendo capaz de riscar qualquer outro sólido, inclusive o vidro, significativamente menos resistente.
→ Maleabilidade
É a capacidade de um material ser moldado em lâminas finas sem se romper. Nesse sentido, os metais, especialmente o ouro, demonstram essa propriedade com grande eficiência. O ouro pode ser transformado em folhas extremamente finas, chamadas de “folhas de ouro”, sem perder sua integridade.

→ Ductilidade

Refere-se à capacidade de um material ser estirado em fios. O cobre, mais uma vez, é um ótimo exemplo: ele pode ser alongado em fios finos sem se quebrar, o que é aproveitado na indústria elétrica.
Saiba mais: Quais são os estados físicos da matéria?
Diferenças entre propriedades gerais e propriedades específicas da matéria
Para entender bem a matéria e suas características, é essencial diferenciar dois tipos de propriedades: gerais e específicas. Ambas ajudam a descrever os materiais, mas têm funções distintas no estudo da Química.
Desse modo, as propriedades gerais da matéria são aquelas que todas as substâncias têm, independentemente de sua natureza ou composição; ou seja, elas não servem para identificar uma substância, pois estão presentes em qualquer tipo de matéria. Por exemplo, toda matéria ocupa espaço (volume), tem massa, inércia, impenetrabilidade e pode sofrer compressão (compressibilidade). Se pegarmos tanto um pedaço de ferro quanto um balão cheio de gás, ambos terão massa e volume, ainda que em quantidades bem diferentes.
Já as propriedades específicas, por outro lado, variam de substância para substância. São essas que realmente permitem identificar ou diferenciar um material do outro, pois estão relacionadas à sua estrutura interna, como é o caso dos pontos de fusão da água e do cobre citados no tópico anterior (o da água é sempre 0 °C, enquanto o do ferro é 1538 °C).
Para uma melhor visualização, vejamos no quadro o resumo dessas diferenças:
Critério de comparação |
Propriedades gerais da matéria |
Propriedades específicas da matéria |
Definição |
Características comuns a toda e qualquer matéria, sem distinguir substâncias. |
Características particulares de cada substância, permitindo identificá-la e diferenciá-la. |
Dependência da substância |
Não depende do tipo de substância. |
Depende diretamente da natureza e da composição da substância. |
Função |
Serve para reconhecer que algo é matéria. |
Permite identificar ou distinguir substâncias entre si. |
Exemplos |
Massa, volume, extensão, inércia, impenetrabilidade, divisibilidade, compressibilidade. |
Densidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, solubilidade, condutividades (elétrica e térmica), dureza, magnetismo, maleabilidade, ductilidade. |
Identificação de substâncias |
Não permite distinguir uma substância da outra. |
É essencial para identificar ou caracterizar substâncias específicas. |
Depende da quantidade de matéria? |
Sim, são propriedades extensivas (variáveis com a quantidade). |
Não, são intensivas (mantêm-se constantes, mesmo em pequenas porções). |
Por fim, pense da seguinte forma:
- Propriedades gerais: toda matéria tem (como ter um nome e um RG).
- Propriedades específicas: só algumas têm (como sua digital ou seu tipo de sangue).
→ Videoaula sobre propriedades gerais e específicas da matéria
Exercícios resolvidos sobre propriedades específicas da matéria
1) (UFPR)
Boiar no Mar Morto: luxo sem igual
É no ponto mais baixo da Terra que a Jordânia guarda seu maior segredo: o Mar Morto. Boiar nas águas salgadas do lago formado numa depressão, a 400 metros abaixo do nível do mar, é a experiência mais inusitada e necessária dessa jornada, mas pode estar com os anos contados. A superfície do Mar Morto tem encolhido cerca de 1 metro por ano e pode sumir completamente até 2050.
(Camila Anauate. O Estado de São Paulo. Disponível em <http://www.estadao. com.br/noticias/suplementos,boiar-no-mar-morto-luxo-sem-igual,175377,0.htm.
ado em 08/08/2011)
A alta concentração salina altera uma propriedade da água pura, tornando fácil boiar no Mar Morto. Assinale a alternativa correspondente a essa alteração.
- Aumento da tensão superficial.
- Aumento da densidade.
- Aumento da pressão de vapor.
- Aumento da temperatura de ebulição.
- Aumento da viscosidade.
Gabarito: b
A alta concentração de sal aumenta a densidade da água, tornando-a capaz de sustentar corpos humanos sem afundar.
2) (PUC-Minas) - Durante a organização de um laboratório, um aluno percebeu que uma substância sólida e incolor estava armazenada em um recipiente sem identificação. Para tentar identificar qual substância era aquela, o aluno determinou quatro propriedades da matéria:
I. Densidade
II. Massa
III. Temperatura de fusão
IV. Volume
Dentre as propriedades, quais são as que melhor orientariam o aluno na identificação dessa substância?
a) I e II
b) II e IV
c) I e III
d) III e IV
Gabarito: c
Para identificar uma substância pura desconhecida, pode-se fazer uso das propriedades específicas da matéria, que, neste caso, entre as opções apresentadas, são: densidade e temperatura de fusão. Portanto, alternativa “c”.
Fontes
FELTRE, R. Conhecendo a matéria e suas transformações. In: Química geral. 6. ed. São Paulo: Moderna, 2004. v. 1, p. 12–23.
L. BROWN, T. et al. Introdução: matéria e medidas. In: Química: A Ciência Central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil., 2016. p. 2–28.
REIS, M. Propriedades da matéria. In: Química 1 - Ensino Médio. 1a ed. São Paulo: Editora Ática, 2013. v. 1p. 41–52.
